domingo, 11 de agosto de 2013

Será que o nome afeta?



Ele fala como se nunca tivesse existido. Anda pelas pessoas, e carrega em suas costas amores que nunca aconteceram, e nem foram esquecidos. Ele segura nas mãos - frias - flores transparentes, e me entrega elas todos os dias(por pensamento). Ele corre de um lado pro outro, em círculos. Morde a língua. E lembra de mim só quando pensa no que perdeu. Ele não gosta muito de ler livros, mas conhece muitos. Várias vezes no dia, olha pela janela e sonha com alguém o chamando para ser feliz. Ele atrapalha os outros mesmo sendo inexistente. Fica embaixo de árvores pensando em como a gravidade é ruim. Ele vê sua mão e pensa porque não tem ninguém a segurando. Tira, põe roupas. Sobe, desce escadas. Passa por mim e suspira. "Amanhã eu volto." Ele deposita borboletas dentro de copos coloridos. Dança sem saber dançar. Prende-se na minha liberdade. Passa na minha rua. Ele é um menino sozinho, que se perde no que tem, e chora pelo futuro. Pensa no passado como uma forma de "simplicidade extrema". Ele tem medo. Medo de mostrar quem é de verdade. Medo de descobrir que atrás da montanha e no mundo, todos são piores que ele. Ele esbarra em mim todos os dias, e não me junta do chão.

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