sábado, 31 de dezembro de 2011
Loucuras retóricas
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Dois mil e onze, dez e doze.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Eu lírio
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
L de laxante
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Ritos de evocação 2
domingo, 11 de dezembro de 2011
Transcrições assinaladas com defeito
Templários
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Meu queijo desapareceu
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Como diria a chuva...
Escrever friamente, complicado. Ideias? Sim? Claro. Não apresentam fim, nem começo. E nunca vão acabar. Mesmo tudo que esteja no final, sempre se transforma. Mas cuidado, pode ser para melhor, ou, quem sabe, para pior. E o que digo? Não pense nisso. Tente. Não pode ser um fracassado sem tentar. E nunca será vitorioso, se não der uma chance para você, para vida, e para tudo. 7 3 7
domingo, 20 de novembro de 2011
Protocordados amados
Deitei ofegante na cama. Estava com indícios de dor no ouvido, dor de cabeça e quase uma dor de garganta. Já delirando de febre, pensei na Sara e no Johnny, o sentimento deles, aquela concentração molecular que havia entre eles, aquela corda que os amarravam. A ideia da menina doce e boa que ela era, e o eterno encantador e apaixonado que ele era, o qual não dava rosas, sim maças de amor. De tal amor que ansiavam, não puderam realizá-lo por completo, tiveram um empecilho, fizeram o que deveria ser feito. Foi só uma vez, depois seguiram suas vidas.
Mas, por que diabos eu pensei nisso? E por que, nesse momento, do nada, pequei um papel de um calendário e uma caneta da cadeira da minha avó, e estou escrevendo, anotando, quase fechando meus olhos, pois estou farta de tudo? Por quê? Oz sabe.
Só sei que depois disso me afundei por baixo dos cobertores, vi a ausência de todas as cores, sem pensamentos, uma fenda, o escuro. Sim, agora lembrei de fantasmas que rondavam e atormentavam a minha infância, Oz, Sr. Sequinho, Bruxa Pi, Gato Infame, entre outros milhões, e precisei escrever. Verdade, minhas mãos tremiam, meu dedo machucado doía, mas eu não queria parar, não. “Foi necessário!”
Apaga a luz sozinha. Medo. Sensação de dormência nos meus pés. Parece que com a visão perdi os outros sentidos, também. Somente segui presa em meus momentos que não me deixavam. Olhei a porta, mas como? Estava tudo escuro, entretanto, olhei-a. Vi, observei, calculei, persegui, procurei, encontrei. Estava na minha frente um gato, estranho, assombrado, nevoante, sombrio.
Esse gato era mágico e maravilhoso, e apenas olhava-me. Branco, enorme e tinha olhos avermelhados de 789-nt, uma droga usada para modificar geneticamente animais. Nada atormentava-me mais, fiquei calma com essa alma gélida, bandida e meiga que estava na minha frente.
Sentindo já que não aguentava mais, era quase impossível escrever, eu dormi. E nesse sono não sonhei, de tão cansada que estava, cansada da vida.
Bruna Caznok.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Visse! Que povo mais tirano, eu
“Vou mudar, ontem.” Desde que ouvi isso fiquei muito encucada. Escutei de mim mesma, peguei-me em sonhos ao pôr do sol. Não é por nada e sim por tudo, todos mudam, é natural esse fenômeno. “Natural?” – Exalou em minha mente. Sim, natural. Leva-nos a mutação, não vamos ser como éramos antes - e alguma forma-, com o tempo, seremos melhores, mais fortes, mais bons.
Quando li um conto chamado ‘Mutação’ fiquei extremamente viva, sim, muito viva. Não me lembro do autor, só do título e da história, que contava sobre um homem que acordou em seu casulo fazendo a ecdise (muda, troca de exoesqueleto). A cada estágio mudava, via-se de outra forma, sentia-se de outra forma, e o mundo, mudava com ele, porém, em algumas horas, o homem estava à frente do mundo.
Era uma morte simples, normal, abrupta, semelhante, desigual. Sem dor, e assim fechava-se um ciclo. Para ele, cada dia era uma nova forma de viver, um novo motivo para estar aí. Sons inusitados, cânticos independentes. Enfim, tudo mudara, mas detalhes permaneciam.
Para mim, era novidade. Eu, em minha plena rebeldia e desconhecimento do notável ser humano, não entendia quase nada. Buscava, e com isso, cheguei a uma conclusão: quero e vou nunca querer desistir. Imensidades seriam minhas, o ouro mais valioso estava só me esperando. Poderia sim, algum forasteiro conseguir antes, mas eu não faria manha, o horizonte já era meu.
Sabe quantos anos tinha? Minha idade menos quatro, quando li e iniciei isso. Por isso falo: “Eu comecei a viver quando observei essa masmorra que me cercava. Não só de uma forma literal, e sim, vi que tudo o que pensava era obsoleto, o que um dia foi bom, mas se transforma.” A sensação foi inesquecível, flutuante. Parece que sai do meu próprio "mundo com limites", e vi que deveria ligar para tudo, e, ao mesmo tempo, não ligar para nada. Se eu não fizer no agora, não tenho outro tempo para fazer. Nunca é tarde. Tudo é passageiro. Não há tempo. Há todo tempo do mundo. Trilharemos nesse momento o passado, presente e futuro, tendo sua arcada dentária.
Bruna Caznok.
domingo, 30 de outubro de 2011
Plenamente
Não sei o que me veio.
Sabendo que eu tenho sarcasmo,
Sim, meu lado feio.
Na imensidão
Descobri enfim,
Que não tenho medo da escuridão
Pois tenho te tenho perto de mim.
Que você seja,
A minha extrema riqueza
E eu aqui esteja,
Contemplando a sua beleza.
Senti um vento soprar
Plenamente.
Em meus ouvidos cantar
Colosalmente,
As cantigas que não escutara
Há muito tempo, voltaram
A embelezar
Aquele luar.
Porém você sabe
Que me resta a lembrança
De como era antes.
Deixando-me a esperança
Em meus pensamentos.
Como uma herança
De nossos ricos momentos.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Manifestos de minha ignorância
Acreditando nessa mentira, um mundo inexistente forma-se, e isso pode ser bom. Mas o que é esse bom, ou esse ruim? Quem intitulou? Alguém foi às margens de um rio raso e disse: "Isso é bom, isso é ruim. Pronto!"? Subiu em cima de seu burrinho, com toda a sua plebe nobre e fez de nossas leis imaginárias um desastre? Não, pelo menos hoje existe sim a liberdade, ou era para ela estar aqui presente.
Bom, bom para mim é ver todos os dias a lua à noite. Subir no muro para catar das árvores frutos. Ver a energia, aquela que forma toda uma constelação de sentimentos jogados ao vento – miraculosamente e cuidadosamente -, para não cair, não se mover. Estar ali, mas a qualquer momento, posso tomar pelos braços e alcançar o infinito.
Ruim para mim é tirar algo das pessoas. Sim, no início é ruim, porém aos poucos se torna bom isso. Percebemos que aquilo deveria ser feito, sem desculpas, sem culpa, sem dó. De qualquer forma, é inevitável, é indesejável, mas é preciso.
Seremos sempre levados à linha tênue entre o desejável e o alterável, entretanto, serve para algo isso tudo, não ocorre por pura coincidência. Temos que dar o máximo de nós. No fim, tudo se encaixa, vira um rolo só, do filme da vida de cada um de nós, o qual pode ter a vida dos outros junto, amarrado, unido para sempre.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
A mão
até mim.
É, e quantas vezes eu já sonhei? Milhões, nem sei fazer as contas. Algumas caem no esquecimento, busco cada momento, mas sim, lembro. Não digo, calo-me, porque prefiro continuar aqui, no meu silêncio.
Quando digo que se queremos algo, independente de ser difícil (whatever o que for), conseguimos. Usamos toda a nossa força, toda a nossa fé, nossa vontade, e vencemos. Se não queremos, fingimos uma leve frustração, rimando com uma pequena animação, de que talvez um dia conseguiremos algo sem fazer esforço nenhum.
Uma vez eu quis tanto algo, mas tanto, que meu desejo se expandiu ao meu semelhante. Sim! Era a ele que eu queria que acreditasse em mim. Vivendo nesse sossego, e não lembrando mais do que era meu sonho. Vivi o que os outros almejavam, e perdi-me em desilusões, em uma busca incessante por aquilo que não era meu, e nem buscava.
Como devo terminar? Já sei, o que eu escrever é o que você quer ouvir ou o que você diria, e assim, sucessivamente. Au revoir.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Banjo no manjo do anjo
Um dia num manejo estranho veio um anjo
Que insistia em me revidar,
Com a cor dos olhos castanhos
Veio a me convidar.
Descendo à terra firme
Com o intuito de vencer,
De ser.
Pois tendo meu declive
O meu renascer.
Cheguei ao véu
De uma mãe,
Parecia estar no céu,
Num lindo jardim.
Sentindo assim,
Que eu estou aqui para ser alguém.
No mel de ser criança,
Doce mel,
Onde aprendi que o certo
E o certo.
O errado é um ponto de vista,
Tendo sempre ao longo do fel,
Aquelas pistas.
No banjo do acordar,
Olhar-me,
E apreciar,
Vendo que eu não sou mais quem era
Ou sou?
Eu estou sim,
Sem o que dizer,
Sem o que fazer.
Pois me vejo no espelho e não me reconheço.
Face que tinha não mais a tenho,
A sinceridade que existia eu perco.
Tomo-me pelo mundo,
E eu nem sou o Raimundo.
Bruna Caznok, 2009.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Devaneios fortificantes
Há um tempo, não muito distante, e nem muito próximo, uma professora disse-me uma coisa que acabou por ligar os pontos para mim, depois de um tempo: “As vírgulas em um texto são como sombras em um desenho. Tome cuidado para usá-las, tanto uma quanto outra, pode mudar tudo.”
Desde criança eu gostava de desenhar, pintar, dançar, escrever, e como qualquer mini petit, brincar também. Se me perguntassem o que eu amava fazer, era fácil responder: “Ah, adoro desenhar, escrever, é isso. É verdade, não posso esquecer que amo pular corda.” Minhas atividades diárias eram apenas essas mencionas, e, ia ao colégio, onde eu me sentia feliz aprendendo matemática, português, e artes.
A única coisa que sabia responder sobre ‘o que eu queria ser quando crescer’ era: “Professora.” Sempre tive orgulho de meus professores, nunca me senti menor em relação a eles, para mim, eu era igual a eles, uma aluna que queria seguir o exemplo deles, sempre com os olhos voltados para futuro, nem pensava muito no agora, só queria saber do amanhã.
Tinha como costume também dar nomes para coisas e ter amigos imaginários, que na verdade, era só um. Carroça era carrinho velho com cavalos, sorriso era mostrar dos dentes, minha mãe era mamão, e assim vai. Tive uma amiga imaginária, que até hoje não acredito muito nela, penso que seja algo criado por minha mente, ou sonhos. Qual será que era o nome da dama reluzente que me embalava para dormir? Bruxa π. Sim, era a bruxa 3,1415926..., não sei como, nem sabia a existência do número Pi, mas foi esse o nome que dei para minha defensora.
O mais estranho de tudo, era que ela emitia um som esquisito, parecido com: “Ha-Puf.” Toda vez que ouvia isso ficava com receio, e ao mesmo tempo, com um conforto. Ela cuidava-me de tudo, ouvia-me, e não falava nada. Sabe quando a vi? Nenhuma vez, só escutava esse som que exalava todo tempo em minha mente.
Perdi contanto com ela quando me liguei a estrangeiros de estepes. Não dormia mais em casa, e só pensava no ‘E.T., o Extraterrestre’. Foi uma parte de minha vida que me distancie de projetos literários, não tinha mais o mesmo prazer em fazer o que fazia anteriormente.
Mais ou menos, um ano eu voltei à vida. Tudo que me envolvia, e deixa-me longe do que eu gosto, ou acredito que gosto, foi embora. Com a abertura de minhas pálpebras e o mover de cada uma de minhas pestanas – pode-se dizer na guitarra, também -, está aqui, de novo, a Rosa.
Bruna Caznok.