quarta-feira, 31 de julho de 2013

Sol ou chuva

     Eu amo todos os cheiros. Perfumes. Sendo eles naturais, ou de pessoas mesmo. Cara, eu me inebrio com eles. Se eu pudesse me afogava neles. Entretanto, é muito melhor sentir um pouquinho de cada vez.
     Hoje o dia tá lindo. Sol. Árvores. Cheiros que me enchem o coração. A alma grita silenciosamente pra dançar. Correr. Ler. Amar.
     O perfume me leva as nuvens. Me leva a utopia. "Deixa eu te levar e te mostrar aos poucos..." 
     Minhas unhas tão rachando. Ô, vida. Vida. Vida, vida. "É a vida."

Passagem

     Eu disse pra todo mundo e principalmente pra mim: "Não quero isso." E realmente, eu não sirvo pra isso. Tenho muita preguiça, e não só isso, tenho é falta de vontade. Daí - do nada - quero sair todo dia. Com a mesmo sapato. Deu sorte? Por quê, meu Deus? Por quê? É tipo que nem o tênis adidas, é pras aulas de biologia, porque me dá uma confiança, e acredito que por ter ele eu vou ser feliz. Vou tirar notas boas, e pá.      
     Dava certo? Sim. Eu confiava? Muito.
     É a mesma prática. Depois de um tempo, eu só saia com ele, meu sapatinho cinza lindo, grande, quase todo encardido, mas me dava "sorte". 
     Será? Hein? Eu sei que o tênis nunca falou pra eu ter certeza, ou que era tudo certo mesmo. Como que eu acordo e sei? Eu tenho tanto medo da janela, meu querido. Muito. Você quebraria ela por mim? Ou quem sabe, se eu for forte, eu consigo ficar além de dentro, ou "no muro", e lá fora? Será que posso fechar os olhos no sol, ainda? Sonhar dormindo? Será?
     Eu estou indo embora, porque eu não aguento. Estar viva mas não saber o que é ser viva. Atravessar a ruazinha sem dar suspiros. Andar de bicicleta não querendo ser atropelada, apenas estando: feliz.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pronto

     O valores. A gente aprende em casa mesmo. Seja qual for a casa. Eu aprendi na minha própria casa, dentro de mim. Por palavras de outros, minhas, suas... tudo tem valor. Cada um merece, faz, o que se pode com o que é dado. 
     Eu dou, você não dá valor. Ponto. É afogado. Morreu? Não. Suicidou-se.

André

     Me deixa eu te dizer que não é um filme. A vida segue. Eu sei seguir(não sei, mas vou tentar, vou conseguir, se conseguem...). "Sai da minha vida!" "Vai viver a sua vida", mesmo que eu queira, não vou poder fazer parte da sua.
     Eu não quero mais sofrer, eu não vou. Todos os dias são alegres. Eu tenho a felicidade só por querer encontrá-la.
     Mencionar eu em minha vida é algo um pouco pequeno.

P.S.: http://www.youtube.com/watch?v=G7wAdeAdqzQ

12 cores

     Vontade de deitar no gramado, olhar pro céu e sentir o calor do sol no rosto. Contar sobre você e as borboletas(na minha barriga). O efeito que tinha, o que causava. O significado que eu dava pras coisas. A cor das unhas(verde brilhante). O amarelo que coloquei nestas e a moça disse: "Que unhas." E eu: "Odeio amarelo." As aulas de história perdidas. As chuvas, as conversas às 10 horas da manhã, e eu correndo pelas escadas.
     O chá de pêssego e meu apego pelos números alaranjados. O parque. Os bets(deixe-me em paz). A casa da bruxa... Ah, Legião, Maine, sol, casa da bruxa, nervosismo. "Bruna, porque você tá rindo? Com quem você tá falando?" Tudo era lilás. Eu amo roxo.
     A prova. "B de bonitão." Nem sabia que eu não lembro o que sei. Serrar os dentes. Dançar lendo o jornal. Imaginar o bolo. Falar sobre mim sempre me deixa mais distante do que realmente é real.
     A festa. A perdição. Me perdi mesmo. Dia cinza. Eu tava no mercado e você disse: "Sinto muito, mas não dá." Eu pirei. Chorei. Fiquei vazia. Te xinguei. Depois fui comprar um treco azul. Não vermelho. Merda. Que bom que não era rosa.
     Pintei minhas unhas de preto. Não tava feliz. Via tua sombra branca ali na frente e tentava não pensar. Apenas agir numa viela que encontrei no meio de um livro: "Tempestuosas são as margens de uma rede prateada."

domingo, 28 de julho de 2013

Aula de ciências



Entenda, eu já entendi que toda e qualquer pessoa é melhor do que eu.  Sempre será assim, pra mim. Em tudo. E o problema não é nenhum, na verdade. É só eu não estar preocupada com isso(mas estou). “Escrever para quem nunca vai ler”, ou seja, eu mesma. Eu posso falar mil vezes pra mim mesma: “Nunca mais faça isso!” “Você é linda.” Mas a Ana tem razão, tem que ser assim.
Você diz que quer sumir. Eu toda vida estou “sumida”, sumida de mim. E de todos.
“Olhar a felicidade pela janela.” Lembrar que eu não sou nada, aqui dentro, nem lá fora. Lembrar que eu posso até gritar bem alto, mas tudo vai estar escondido. Eu posso ficar em silêncio, mas tudo vai estar jogado na minha cara. “No silêncio eu não ouço meus gritos.”

quarta-feira, 24 de julho de 2013

     Sou filha única de pais corrompidos pelo deserto, levados de mim como se fosse pedras no sapato, moldados pelo vento. A água não trazia nem tirava eles. Era a seca que eu temia.
     A seca que eu fingia não ver. Secava minha boca, minha língua na sua vida tão vazia, fazendo eu não ser mais egoísta.
     Sempre fui eu. Eu sozinha. Eu e todo mundo. Eu perdida. Eu me achando. Eu entupida de mim mesma. Eu jogada no chão. Eu caindo de escadas. Eu roubando sonhos. Eu e as saudades. Eu e minha vida. Eu e os estudos. Eu e os dias. Eu e as estações(as quatro). Eu e as músicas de criança. Eu e Renato. Eu e você.
     Nós.
     Nós contra o mundo.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sparks

Assistir o filme e falar em pensamento: "Foram três dias achando que eu estava morta, achando que estava mais viva. Lembrei do significado que você dava para as coisas. Mas, na verdade, era um significado que eu dei."

Sensação Elétrica



              Eu escrevo pra quem nunca vai ler. Nem quero que leia, senão nem escrevia. Aos poucos eu tenho sido mais forte, tenho dito coisas que eu nunca teria coragem... mas, voltar? Não dá mais.  Quebrou-me em mim pedaços? Não. Eu que fiz isso comigo. Foi uma escolha. É muito. Ainda não consigo ver alguém preso a mim. Ter que mandar pra mim é muito difícil. Vou começar comigo primeiro, depois – quem sabe um dia – pode ser aquela coisa toda do momento único de sermos três.