quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Suplícios



Sabe, meu amor, eu gostaria muito de poder escrever alegre, entretanto, eu não consigo. Faz uns dias que eu sinto uma coisa muito engraçada(e nunca tinha acontecido comigo isso antes), dá um aperto no meu coração, um vazio, sinto-me oca, desprevenida. Sempre gostei de saber de tudo, não ter surpresas, mas é algo muito surreal. Estou sozinha e isso me assusta. Vou dormir só, acordo e não tem nada do meu lado. Levanto, ando. Corro. Vivo.
Penso em você deitado comigo. A gente conversando, rindo, cantando, olhando-se. Vendo-se por muito tempo. Observando-se, entendendo um ao outro. Suspirando. Surpreendendo-se a cada movimento. Quando eu arrumo meu cabelo que caiu do coque. Ou quando você ajeita o seu. A gente chorando de alegria, doendo a barriga de rir. Fazendo cócegas.
De mãos dadas andando no parque. Deitado embaixo de árvores, vendo o céu azul(ou com chuva, ou cheio de nuvens ou com qualquer coisa). A gente olhando na mesma direção... “Teu sorriso na varanda. Teus olhos pra me perder.”

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Comer

"O problema é você." - disse meu irmão. Eu não consigo suportar a possibilidade de alguma coisa ser verdade. Parece que nada vai ser suficiente para eu acreditar que estou bem. Minha vida é um jogo de vôlei(eu odeio vôlei. Sei as técnicas, tipo, as regras. Em tese eu sei jogar, mas... ). Eu chego lá e só sei fugir. Eu queria que tudo fosse diferente, mas eu não sei se eu consigo. Como eu disse, eu fiquei tão desacreditada (eu fico repetindo isso várias vezes dentro da minha cabeça, para eu não poder sonhar mais. Não voar e não cair). Alguns machucados são até bons, só que estou estou tão normal por fora, e tão oca por dentro. Eu sei que eu tenho que canalizar, eu sei. Mas é como se eu fosse uma mensagem na minha memória. Algo contido lá, mas que não é lembrado porque está numa área corrompida. "Eu só aceito a condição de ter você só pra mim." Pensar muito e fazer pouco, faz de Bruna uma menina normal(igual a todo mundo).

*** 

Boca seca, corpo quente, mãos geladas. Ânsia. E, ainda tenho 15 páginas sobre Genética para estudar. Pois é. Eu tenho culpa, esse é o negócio. Eu sou eu. Sabe aquela pessoa que mesmo lendo um livro, pode lê-lo de novo e ainda se surpreender? Então. Eu tô tentando não ser assim mais. É melhor ser o Jude. Se um fantasma está me assombrando, vou correr ao máximo atrás para mandá-lo ao lugar que ele não deveria ter saído: passado. E fazer de tudo para me manter viva, e manter você vivo. Eu sei que você queimar o paletó foi burrice, mas não me importo. Você está comigo. Eu tentarei ser o máximo Jude possível: surpreender os outros sendo alguma coisa que ninguém mais esperava de mim. Sendo feliz. Ou infeliz. Ou whatever. Mas, com você. (Tudo muda em apenas 1 minuto. Não sou vazia. Estou cheia de vários sentimentos bons(bosta! Eu estou ferrada!) que me queimam. Mas que eu dou valor, e não vou deixar eles acabarem por causa de uma bobeira minha. Eu já vivo com tanta coisa. Tantas derrotas que eu tenho por não suportar ganhar. Eu te amo.)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

     Eu ando tão desprezível para falar de mim mesma. Hoje eu senti algo que experimentei há uns 2 anos. Naquele tempo eu estava dançando lendo uma coisa no jornal. Eu estava feliz por ouvir o que eu gostaria de escutar. Foi bom? Nem lembro mais. Eu me recordo, mas deixe lá com quem o guardo(passado). 
     Eu ando pelas ruas, ou saio por aí, eu estou num lugar e eu sou eu mesma. Sou. Só que eu estou me amando muito. Tipo, me olho no espelho e falo algo que eu(eu? Não! Agora não mais) desaprovaria. Como: "Que vontade de sair e ir em qualquer lugar, com qualquer pessoa, e eu vou estar estupidamente feliz." Preferia andar sozinha, agora quero quanto mais pessoas melhor. Para assim, poder inundar os outros do que eu estou sentindo.É algo conflitante, esmagador. E, ao mesmo tempo, libertador, universal, clichê. 
     Eu poderia ficar mais de uma hora pensando em lugares que percorremos e percorreremos(ainda), só que eu não quero ficar moldando isso. Eu fecho meus olhos e abro os seus.