domingo, 26 de agosto de 2012


Sempre tive isso, desde criança, de querer mudar o mundo sem os outros saberem.

Queria que ninguém soubesse que eu existo.
Só que eu sei que uma criança não morreu mais de algo que morreria só porque eu fiz a cura. Ou, um cara lá no longe está vendo uma pintura minha e lembrando de algo; vivendo melhor por causa de algumas palavras minhas.

***

Vou lá e pulo. Corro e entro no parquinho. Balanço-me na balança, não a da vida. Aquela simples, velha, que já nem me sustenta mais.


Bruna Caznok.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Era pra ser amor

Meu céu é seu céu.
Meu mar é seu mar.
Meu mel é meu.


La Maison L

Eu passeava no parquinho
Embalava-me na balança,
Sentia aquele pouquinho
Que me elevava o ser, uma criança.

Sei, hoje tenho a lembrança,
Não disso e nem daquilo,
Até certa repugnância,
Do futuro que me lança
Num dia que me recordo o que é sensillo.

Por mim mesma
Faço-me porta...
É bobo, mas amo ser uma lesma.

Nada ao certo me importa,
Eu me sinto tão morta,
Torta.
E o riso da pequena música volta. 


Bruna Caznok




O que dura pouco para você?

domingo, 5 de agosto de 2012

Muito café


Ele me disse que sabia, e que não havia mais tempo. Daí eu falei: “Quem tem medo é você”! [Morrendo por dentro.] Ele me disse: “Eu já te dei medo faz tempo.” E eu não dizia mais ainda é cedo. Porque não. Acabou? Nunca vai acabar; eu não consigo. Eu não sei deixar brinquedo quebrado. Vou tentar consertar até eu achar a peça certa.