Agora, neste
momento eu mesma pensei em desistir de tudo. Sim. Fechar portar, largar a mão,
cuspir para os lados, não olhar mais o pôr do sol. Não queria mais ver a Lua,
as estrelas. Todo o interesse que tinha por isso se perdeu, esqueceu de mim e
eu esqueci-me dele. Não pensava na glória, no herói, em nada, só em desistir.
Não pensava
mais em tentar. Foi
como se pela porta da cozinha tivesse vazado todas as minhas cordas e eu não
tinha mais como amarrar o que me deixava leve, então eu sentia repugnância.
Toda a cantiga, este Natal chegando, exatamente tudo me dava um desprezo. Não
queria mais saber de nada, estava pronta para excluir da minha vida, e não
pensar mais no amarelo.
As asas e o
pão de mel não tinham mais significado para mim. Eu via o objeto e mais nada,
nenhuma doçura, nenhuma simplicidade ou inconstância, eu só via um pedaço de
nada decorado, sem amor e sem verdade. Eu queria a verdade, mas ela é amarga e
destrói qualquer coisa. A mentira é uma dama mais vulgar, complicada e fica no
pé de quem a conta e tenta expulsá-la.
A dor parece
ser o único caminho que vem da mentira e da verdade. As duas são ruins, as duas
são boas. Nunca se sabe a reação que um ser humano terá com qualquer uma das
citadas. E qualquer flor frágil, delicada, e apreciável pode ser esmagada por
uma palavra, uma desconfiança, indecisão, ou verdade. Mas eu, eu sou a Rosa.
Estava seguro,
amarrado, junto, enrolado, enozado com armadura e retalhos, aparentava ser
forte e é. Não é com lembranças que haverá um futuro, mas nós somos formados
delas e sempre, sempre vamos ter recordações. Se eu não acreditar em mim não
tem quem acredite. Eu não vou desistir e vou seguir em frente, pois: “Escolha,
entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim.
Mesmo que ninguém compreenda.”
Bruna Caznok
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