quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ficar abraçado

     Nossos amores são muito saturados. Eu olho na cara da pessoa e vejo apenas um nada gigante. As dúvidas são dívidas imaculadas na falta que sobrou do amor. 
     Eu acho que te vi passando na frente da minha casa, era uma sensação de desânimo. Eu estou de pijama. Eu não quero correr no portão. Você poderia passar na minha frente e me olhar, e eu nem em sonho te diria "Oi". 
     Nossa geração é a geração de impossibilidades. Eu vejo o nascer do sol fazendo um novo dia, e lembro quando eu não entendia porque eles não gostavam mais de mim, mas eu sei. Hoje sei que eu brincava com coisas diferentes. Eles brincavam de amor, e eu estava brincando de bonecas ainda. Parei de fazer isso com quase 14 anos.
     Na manhã de hoje brinquei de fazer vida. Olhei de novo na janela, vi os reflexos. Escutei meus pensamentos me dizendo que eu prefiro acreditar que existe alguém que já leu os mesmos livros que eu, já ouviu as mesmas canções que eu, já se sentiu assim, igual eu tô, e tudo ainda faz sentido.

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