Depois do mar tem outro mar. Depois do além tem outro além. Há além,
meia. Meus tênis cantam melodias iônicas. Renascença seria a melhor
representação de mim, mas eu sou mais La Belle Époque. Jogo DS, subo em
cima dos teus pés e grito: “Revolução!”, faz diferença? Para mim sim. Entro
descalça no metrô; leio livros de autores saturados. Uso roupas de vidro. Vivo
no cortiço. Tenho uma cortina de palha e conchas. Distribuo rendas para chegar à
chuva. Caio, subo, entretanto, ainda escovo meus dentes. Às vezes, tenho medo
do nada, isso, ele vem de qualquer coisa, chega e leva meu café embora. Pulo em
escadas também, fazendo cerimônia de naufrágio.
Reescrevo com detalhes tudo o vem na minha caixinha de música. Dramatizo
cenas do pardal. Foi o que veio, é o que vai. Pé é que vai. É. Sou circo, só
não sou fotógrafa. É que finjo que sei. Você é parte de mim, eu não sou parte
de você. E ninguém quer saber, sou eu e só eu. Ah, eu sempre roubo chá de
joaninhas.
Bruna Caznok.
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