domingo, 10 de novembro de 2013

“Nosso tempo já passou.” Esse é meu mantra. O repito várias vezes ao longo do dia. Com essa minha nova personagem incorporada, tento esquecer tudo que já aconteceu. Não olhar placas de trânsito - que por sinal são amarelas – e me lembrar de você. Você nunca vai saber que você é o Amarelo, na verdade. Por isso posso falar. Mas, digo isso como se fosse a vida de outra pessoa, com a ingenuidade e curiosidade de uma espectadora, porque nosso tempo já passou. 
Toda manhã, ou tarde, e quem sabe noite que acordo, eu olho para meu teto estrelado do quarto, e penso no sol que pode estar fazendo lá fora, mesmo que esteja tendo uma tempestade. Ah, as tempestades. Lembro que uma menina gosta muito delas, e sempre que olha uma vindo suspira ao contemplar isso, e sente como se o corpo flutuasse, fluísse. Acontecem borboletas (no estômago). Ela se enche de vida. Corre. Lembra-se da promessa, aquelas de não responder. Fica uma aula inteira de História lixando as unhas e conversando com as amigas, rindo. A tempestade a faz bem. Porém, ela acabou não gostando mais das que ocorriam. Foi no momento que ela caiu (das asas criadas) diretamente de um prédio, o Olga.  Ela se tornou humana, pois com a tempestade virava anjo. Ela se machucou muito. Sentiu o amor se estraçalhando, espalhando-se, só que, mesmo assim, sobrevivendo à queda...
(...)“Por que ele nunca escreveu seu nome na areia?” Porque ele não queria que as ondas o apagasse. Ele cravejou e lacrou dentro do seu coração um nome, e ela nunca soube. Sentia que sempre voltava lá pra trás, pra setembro, mesmo que já estivesse em novembro. Mesmo que quisesse estar em 2013, estava em 2012. 13 é o número da sorte dela. Pensa que tudo que acontecer nesse ano, ou nessa data deve ser gravado para sempre num semblante, porque o treze não era um destino, era uma promessa de que tudo seria da melhor forma e o que tinha que ser... 
Estou morrendo de calor e você deve estar se perguntando: “Como ela sabe dessas histórias dessas pessoas que ela tanto falou?” Eu leio muito. Eu fantasio muito. Eu escuto muitas músicas, meu bem. Eu me iludo demais. Mas amo uma bela leitura, escrever, escutar uma música boa. E estou com muito calor. Tô sendo repetitiva já. É melhor repetir algumas palavras, e coisas, do que lembrar e falar de outras totalmente imaginárias.

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