sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cura


Eu transbordo e não me recordo.
Sou areia, sereia
De vidro que era,
Tendo a necessidade de ser primavera neste mundo.

Uma hora eu posso estar de um jeito
Ora tenho outro preceito.
Mas não são os mesmo olhos?

Eu vi, eu vejo.
Tudo vem na minha retina
Ela continua sendo a mesma?

Eu rasgo, esfolo, raspo, namoro.
Será que ela sente falta de quando podia transformar?
E, mesmo assim, na minha cabeça passa
Um passa-tempo.

Imutável? Transitório.
Aceitável? Concreto?
Só a parede do meu verso imerso
No fundo desta rede de dormir. 


Bruna Caznok.

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