domingo, 5 de maio de 2013

Citoplasmática Coesão



Pois é, desde a primeira vez que te(eu já preocupado, mas feliz, é, né? Sempre ali observando os outros, assim como você iria olhar, um dia) “vi”, questionei. Ah, você veio com aquela história do cachorro, sempre... (hahahaha) Tudo bem. Quer dizer, nunca estive bem. Fico toda vez olhando pela fechadura, entre a porta, todos se assustam, mas nem percebem que estou ali, mas estou. Meus olhos. Seus olhos. Procuro ou – quem sabe – procurava ela, a que iria fazer meu filme queimar, a que acabaria com minha gasolina, mas, ao mesmo tempo, na verdade, não faria isso, nem quis isso. Desde o inicio, alguém disse a ela que o príncipe era um defensor, defensor de si mesmo, preso dentro de um corpo fechado, lacrado para o mundo, fingindo que é aberto, livre. Entretanto, não, eu não sou estranho, não é que as pessoas não me “entendam”(até porque eu já zerei esta fase); eu transpareço esse homem forte porque eu já vivi muito, porém, nada e tudo. Eu tenho todo esse tempo, só que não acho que seja o do futuro. Por dentro eu estou preparado para o de dentro, e o de fora até. Mas eu esqueço que no final não adianta apenas eu assinar o papel, e alguém sempre estar do meu lado(não sempre a mesma). O que me importa é areia, eu não consigo tirar ela dos meus olhos machucados, prendeu-se. Eu sei que você foi olhar lá na porta pra ver se eu estava. Estava? Eu sei que você está chorando. Já chorou muito até por mim. A gente já tem a nossa casa, mas eu não posso morar lá. Meu trem nem passou, nem o seu. Mas, por enquanto, você é o porto, eu sou o barco. Você sabe o caminho dos barcos.

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