Gostaria muito
que a minha lágrima se transformasse em ebulição; fosse, andasse. Chegasse bem
perto de você e liberasse uma chuva. Com meu sorriso, se misturasse raios
solares, contemplando seus olhos amarronzados cinzas, brancos e negros. Fizessem
do luar sua morada e das minhas asas passada. Queria muito ter palavras prontas
na minha mente para que eu pudesse dizer “saia” e viesse uma frase pronta, bem
interligada, cheia de vida e cores. Mas o pH é neutro, não é ácido e nem base.
Fosse música para quando as luzes se apagam.
Sem fantasia,
roupa estranha, ou pupilas pequenininhas. Amanhecesse novo, estreando à noite.
Não olhasse mais janelas, paredes, ou portas – seria tudo livre, sem
obstáculos. Entretanto, tornar-se-ia fácil. Não é o que eu quero, e nem você.
Por isso transcrevo verdades desmentidas. São elas rebuscadas. Não vou dizer
simplesmente “quero você aqui e agora”. Seria normal, e eu não sou assim. Ia
ser comum demais para você. Então eu digo que queria contemplar meu tempo todo
olhando seu branco transparente, sentindo o vento dos céus em minhas mãos,
vivendo num imenso chapéu da bruxa, carregando trezentos livros nos meus
braços. Levando suas asas com os meus cabelos. “Vamos fazer uma maracutaia.”
Bruna Caznok
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